Pêssach
Pêssach comemora a libertação do povo judeu da escravidão no Egito. Uma das maiores mitsvot durante esta festa é a proibição de consumir alimentos fermentados e a obrigação de comer matsá. 7 - 14 /04/ 2012 – 15 - 22 de Nissan 5772
Pêssar Sheni
É observado um mês após Pêssach como uma segunda chance para oferecer o cordeiro pascal aos que não conseguiram fazê-lo na véspera de Pêssach. Costuma-se comer um pedaço de matsá neste dia. 06/05/2012 - 14 de Yiar 5772.
Lag Baômer
Lag Baômer significa “33º do Ômer," pois este é o 33º dia da "Contagem do Ômer" que tem a duração de 49 dias, conectando Pêssach a Shavuot, e interligando a jornada dos judeus na saída do Êgito até a chegada ao Monte Sinai. No calendário judaico, este corresponde ao 18º dia do mês de Iyar.
Lag Baômer celebra a vida e os ensinamentos de dois dos mais notáveis Sábios da história judaica: Rabi Akiva e Rabi Shimon bar Yochai.
Segundo a tradição judaica Lag Baômer marcou a vida destes dois Sábios, mais detalhes entre nas paginas da Beit Chabad.
O povo de Israel ao partir do Egito recebeu a Torá sete semanas mais tarde no Monte Sinai. Todos os anos lembramos esta jornada através de Sefirat Haômer, a Contagem do Ômer, por quarenta e nove dias. Começamos na segunda noite de Pêssach: "Hoje é o primeiro dia do ômer", proclamamos na primeira noite da contagem. "Hoje são dois dias do ômer" ou "Hoje são sete dias, que perfazem uma semana do ômer", "Hoje são vinte e seis dias que perfazem três semanas e cinco dias do ômer", e assim por diante, até "hoje são quarenta e nove dias, que perfazem sete semanas do ômer." Até chegar no quinquagésimo dia que é Shavuot.
Shavuot
A festa das semanas, comemora a Outorga da Torá no monte Sinai sete semanas após a saída do Egito. Neste dia os Dez Mandamentos são lidos nas sinagogas. Também é chamada Chag Habicurim, a festa das primícias, levadas ao Templo a partir de Shavuot.
ATorá é composta de duas partes: a Lei Escrita e a Lei Oral. A Torá escrita contém os Cinco Livros de Moshê, os Profetas e os Escritos. Juntamente com a Torá Escrita, Moshê recebeu também a Lei Oral, que explica e esclarece a Lei Escrita. Foi transmitida oralmente de geração a geração e finalmente transcrita no Talmud e Midrash.
Segundo o Midrash;
Antes de dar a Torá a Seu povo, D'us desceu às nações que viviam naqueles tempos, perguntando-lhes se estavam dispostas a aceitá-la, para que mais tarde não pudessem dizer que ela não lhes tinha sido oferecida e que por isso tinham permanecido idólatras.
Os primeiros a serem procurados foram os filhos de Essav (Esaú). "O que está escrito na Torá?", perguntaram. "Não matarás", respondeu D'us. "Se é assim, não podemos aceitar a Torá e cumprir o que nela está escrito, porque vivemos pela espada", responderam eles.
D'us foi em seguida aos descendentes de Yishmael: "Vocês aceitam a Torá?" "O que está escrito nela?", perguntaram eles. "Não roubarás", disse D'us. "Então não podemos aceitar a Torá, porque não seremos capazes de cumprir esse mandamento. Diz-se do nosso ancestral Yishmael já praticava o roubo."
D'us dirigiu-se então aos filhos de Tsor e Tsidon e a todas as outras nações, oferecendo-lhes a Torá. Cada uma perguntou primeiro o que estava escrito nela. Ao ouvirem que ela continha proibições e mandamentos, leis e práticas de todo tipo, de acordo com as quais elas teriam de viver pacificamente umas com as outras, julgando com justiça e abstendo-se de comportamentos indesejáveis, rejeitavam-na. Por fim D'us foi aos israelitas e perguntou-lhes se queriam a sagrada Torá. Eles indagaram: "O que ela contém?" D'us respondeu: "Seiscentos e treze mandamentos." Ao ouvirem isso, eles imediatamente se puseram em pé e declararam simultaneamente: "faremos e ouviremos".
Em seguida acrescentaram: "Mestre do Universo, nós e nossos antepassados guardávamos muitos preceitos mesmo antes de sabermos do maravilhoso presente que viríamos a receber. Avraham despedaçou os ídolos de seu pai, exigindo que os membros da família retirassem de casa todas as imagens e ídolos que possuíssem, cumprindo assim o mandamento de não fazer imagem esculpida. Yitschac cumpriu o mandamento de honrar o pai quando lhe obedeceu de todo o coração, deixando-se colocar sobre o altar. Yehudá, o filho de Yaacov, cumpriu o mandamento "Não matarás" ao evitar que Yossef fosse morto pelos outros irmãos. Todas as tribos guardaram o preceito de não roubar quando devolveram o dinheiro que acharam em suas sacolas. Estamos acostumados a observar os mandamentos; portanto, D'us, estamos sinceramente dispostos a aceitar tudo que está contido em Sua sagrada Torá."
Os Dez Mandamentos na Ótica Judaíca.
Por que em duas tábuas? E por que os primeiros cinco Mandamentos em uma e os outros cinco em outra? (Cinco a cinco parece uma divisão justa, mas na verdade não é: primeiros cinco Mandamentos totalizam 146 palavras no hebraico original, os outros cinco, 26.) Um dos motivos dados pelos nossos sábios é que os cinco últimos mandamentos são na verdade uma reiteração dos primeiros cinco. Em outras palavras, temos de colocar estas tábuas lado a lado e ler a linha toda, assim:
Isso significa que, em essência, há apenas cinco Mandamentos. "Não matarás" é outra forma de dizer "Eu sou o Senhor teu D’us"; a proibição contra o adultério é a proibição contra a idolatria; guardar o Shabat significa ser uma testemunha verdadeira; e assim por diante.
O Midrash explica as correlações de cada um deste cinco pares, mas estamos ficando sem espaço, portanto examinaremos apenas a conexão entre os Mandamentos 1 e 6. Por que "Não matarás" é o outro lado de "Eu sou o Senhor teu D’us"? Porque, dizem os Sábios, assassinar um ser humano é assassinar D’us:
A que isso é análogo? A um rei de carne e osso que entrou num país e colocou retratos de si mesmo, e fez estátuas de si mesmo, e cunhou moedas com a sua imagem. Após algum tempo, o povo do país derruba os retratos, quebra suas estátuas e invalida suas moedas, diminuindo assim a imagem do rei. Assim, também, aquele que derrama sangue reduz a imagem do Rei, como está escrito (Bereshit 9:6): "Aquele que derrama o sangue de um homem… pois à imagem de D’us Ele fez o homem."
Ora, existem assassinos que afirmam acreditar em D’us. E há pessoas que são totalmente contra o assassinato e alegam não acreditar num poder superior. Ambos estão errados.
Se você acredita realmente em D’us, é incapaz de matar. E se realmente acredita que tirar a vida de outro ser humano é errado – não somente porque você não tem meios ou motivo para fazê-lo ou tem medo de acabar na cadeia, mas porque reconhece o valor transcendente, inviolável da vida – esta é apenas uma outra maneira de dizer que acredita em D’us. Mesmo que você não seja um daqueles tipos religiosos que coloca sua crença nesses termos.
Desejamos a todos amigos e leitores um Shavuah Tov.
27-28 de maio - 2012 - 6 - 7 de Sivan 5772.